quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Da Boca Pra Fora

Luiz Marenco

Quando a palavra precisa
Da boca pra ganhar asas
Tem sempre um beijo guardado
Pra esconder o que ela traz.
Tem sempre um lindo sorriso
Que sabe estancar a dor...
...Porque a saudade faz parte
Da alma de um sonhador.

Cuidamos uma palavra
Pras horas que se precisa
Quando a voz tem sua vontade
E por si se realiza...
E pode, por mal falada
Ter sua garra afiada
Deixando a vida marcada
Se o corte não cicatriza.

Tem vezes que a gente chora
Por coisas que nos habitam
Que ficam dentro da alma
Olhando a vida de longe.
Tem vezes que o sal dos olhos
Deixa a tristeza correr...
Mas as lagrimas são minhas
E de quem as merecer.

Quando a palavra incomoda
(Talvez por ficar tão presa)
E se acostuma ao silêncio
Que volta e meia impera.
Os olhos voltam pra si,
O sorriso desencanta...
...Pela voz que a alma trouxe
E morreu junto a garganta.

Talvez por serem de tantos
E tantas vezes falada
A palavra traz a sina
De às vezes não dizer nada.
Mas quando menos se espera
Fala a sua vontade
Deixando dentro da boca
Um gosto ruim de saudade.

Tem vezes que a gente chora!
Mas da boca pra fora...
...não fala nada. 



sábado, 19 de novembro de 2011

Laçada de um olhar

Albeni Carmo de Oliveira
     

                                              


Eu sempre fui gaudério
E quando parava na estrada
Era para alguma sesteada,
Ou beber água em vertente.
Me deparo num repente
Com o olhar de uma China,
E tombo de relancina
Já não sou mais o valente.

Quando o olhar desta prenda
Parou em mim um segundo,
Me senti o dono do mundo
Sem mais em nada pensar,
Até que quis disfarçar
Mas me fiz um prisioneiro,
Eu que sempre fui campeiro
Fui num olhar me enredar.

Pelos potreiros da vida
Passei sempre mui gaudério,
Mas neste olhar de mistério
Estanquei meu redomão.
Ficou de rédeas no chão
Quem nunca fora domado,
Agora ali alquebrado
O meu pingo redomão.

O seu olhar refletia
Desejos de mil amores.
Um jardim cheio de flores
Com orvalho de carinhos,
Eram os próprios caminhos
Que sonhei trilhar um dia,
Era grande sinfonia
No cantar dos passarinhos.

Naquele olhar encontrei
Uma cacimba encantada,
Era a própria alvorada
No amanhecer do meu eu.
Rio dos sonhos que correu
Ao oceano da alegria,
Era a própria poesia
Escrita que ninguém leu.

Por isso jamais esqueço
Este olhar que me laçou,
Só na lembrança ficou
este mistério guardado.
E onde tenho passado
Procuro ver outra vez,
Aquele olhar que me fez
Um eterno apaixonado.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Meus Olhos♫

(Marcelo Oliveira)

Quando os meus olhos se encantam
E mau dormidos te veem 
nas tuas sombras descansam
Ao florescerem os ipês

Pois querem ver teu sorriso
De lua clara nas mãos
Já sabem do que eu preciso
Pra acalmar o coração

Meus olhos sabem do vento
Que há no lombo da estrada
Percebem coisas lá dentro
Da tua alma calada

E vez por outra uma cisma
Se esvai de mim por desgosto
Percorrem o céu n'outro prisma
Pra se encontrar no teu rosto

Depois que eu ouço o silêncio
Que vem povoando distâncias
Emponcho o meu lado esquerdo
Quando a saudade se amansa

Então sesteio meu sono
Velado de bem querer
Meus olhos claros tem dono
E não querem te esquecer

Há tempos ando e não creio
Em ser mais razão que espera
Não penso ser o primeiro
Mas teimo em ser tua tapera

Quero deitar meus segredos
Com olhos dentro da noite
Contar com sim quando o medo
Escurecer o horizonte

Meus olhos quietos proseiam 
Sem assombrar madrugadas
Às vezes loucos vagueiam
Quebrando o véu das canhadas

Mas quando sentem saudade
Não sabem mais viver sós
Só creem nas suas verdades
Contando o tempo pra nós

Depois que eu ouço o silêncio
Que vem povoando distâncias
Emponcho o meu lado esquerdo
Quando a saudade se amansa

Então sesteio meu sono
Velado de bem querer
Meus olhos claros tem dono
E não querem te esquecer

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Avó ♥

Quando nascemos não diferenciamos avó de sangue com avó de coração, por isso desde pequena sempre demostrei o meu amor por ti, e sempre vou demostrar. 
Aos meus 6 meses minha primeira palavra foi "vó". Aos meus 6 anos foi a vó quem me cuidou. Aos meus 16 serei eu quem vai cuidar da vó. E aos meus 60 quem sabe os papeis se invertam,e eu que serei a avó, e com certeza eu vou contar os meus netos sobre a minha avó, sobre as histórias dela, sobre os ensinamentos dela, e dizer a eles que tu fostes a melhor avó que eu poderia ter, a avó mais guerreira, mais amorosa, mais brava e ao mesmo tempo a mais doce. Te Amo vó ♥.
Parabéns pelos seus 70 Janeiros dona Noemia dos Santos Silva !!





quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Réstia de Vida♫

Réstia de Vida 
(Carlos Omar Vilella Gomes e Jari Terres)


Talvez as palavras não bastem e os olhos não vejam o que existe além 
Quando os versos florescem discretos as paixões do poeta florescem também 
Talvez seja um cheiro de mato essa réstia de vida que me leva a lutar 
Nesta terra onde encontro a pureza vou largando
as tristezas que somei neste andar

(O que seria do poeta se não existisse a beleza de cada lugar 
Se a lua sumisse da noite e o vento em açoite gemesse ao soprar)

Mas enquanto existir um a estrela algum rio que vagueia uma garça no céu 
Sempre verde será a esperança e por estas distâncias o poeta terá seu papel 
Pois o verso é um pequeno resumo a essência do sumo do que há em cada ser 
E o poeta é quem busca esses rumos nesta parte do mundo que insiste em viver

(O que seria da vida se um dia o poeta sem luz resolvesse calar 
Sem a sanga pra matar a sede sem a flor sem o verde sem razões pra cantar 
O que seria da vida, o que seria da vida, 
o que seria da vida sem razões pra cantar).